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terça-feira, 8 de dezembro de 2009


Questionando o consumo

Vivemos em um mundo pequeno, que se torna menor a cada minuto. Se, por um lado, podemos ver aspectos positivos como a união de redes sociais, o gerenciamento de negócios e o aprendizado sobre lugares e pessoas que estão fora da nossa proximidade física, o planeta também está encolhendo por uma razão não muito auspiciosa: estamos utilizando-o de forma excessiva. A cada ano cortamos mais florestas, criamos mais gado, dirigimos distâncias maiores, produzimos mais lixo. E como já estamos utilizando mais do que o planeta consegue produzir, a cada ano a natureza tem menos a oferecer. Para piorar, parece que a espiral está acelerando, e a distância entre a sustentabilidade e a prática do dia-a-dia está se alargando.

Para usar menos nosso planeta e nos tornarmos consumidores responsáveis, temos que perguntar a nós mesmos uma questão fundamental: do que realmente precisamos? A relação entre riqueza material e bem-estar parece ser proporcional: quando uma aumenta, a outra também. Entretanto, medidas de riqueza e saúde só crescem juntas até um certo ponto, e então o padrão muda. De fato, pesquisas nos mostram que, após um nível básico de conforto, a felicidade através de diversas culturas não está relacionada ao luxo material.

Reduzir nossos próprios níveis de consumo nos faz poupar dinheiro e elimina atravancamentos desnecessários em nossas vidas. Em uma era de supermercados e megalojas gigantescas e de marketing viral, a maior parte de nós busca quantidade ao invés de qualidade, atraídos pela facilidade de comprar mais coisas baratas. Quando nos tornamos conscientes acerca do que compramos, terminamos possuindo mais espaço para apreciar os objetos que nos cercam, e o que possuimos atualmente acaba por nos fazer mais felizes.

Pegadas ecológicas

Uma forma de envolver nossa mente acerca das implicações de bilhões de pessoas compartilhando um pequeno planeta é fazer um pouco de matemática: divida a parte usável do globo pelo número de pessoas que querem utilizá-lo. Isso nos dá um senso de qual seria uma porção equitativa para cada um de nós. Para ser justo, entretanto, não deveríamos usar tudo imediatamente. Nossos filhos e netos podem querer comer, beber e respirar também, então deveríamos provavelmente retirar apenas aquilo que a natureza consiga repor.
Quanto de Natureza está disponível para cada pessoa? Para iniciar a localização do ponto de equilíbrio entre o uso dos recursos que necessitamos e minimizar as repercussões do nosso consumo, precisamos acessar nossa contribuição individual aos problemas planetários. Um dos pensadores que tem analisado estes fatores é Mathis Wackernagel, que propôs que analisemos nosso próprio impacto ambiental como uma pegada. Nossa “pegada ecológica” representa as ramificações de todos os vários componentes de nossas vidas, desde a comida e a energia de nossas casas até o transporte e onde nós vivemos.
Usando um questionário online simples, conhecido como o Questionário da Pegada Ecológica, nós podemos medir nossa pegada ao informar detalhes sobre nossas vidas e hábitos em uma calculadora. Ao final, temos um resultado que indica quantos hectares de terra cada um de nós requer para suportar nosso atual estilo de vida.
De acordo com a Global Footprint Network, a pegada ecológica média é de 5,4 acres (2,2 hectares) por pessoa. Mas é importante não olhar somente para a média, porque alguns de nós tem uma pegada muito maior do que outros. Um americano médio, por exemplo, usa 24 acres (10 hectares), enquanto um chinês médio usa apenas 4 acres (1,6 hectares), e um paquistanês apenas 1,5 acres (cerca de 0,6 hectar)
O número que resulta de nosso teste é simbólico, obviamente. A terra jamais será cortada em pedaços individuais, nem poderia, já que as porções continuamente diminuem à medida em que os recursos murcham e a população explode. Nosso próprio escore nos dá um bom senso sobre quão distantes estamos de um nível razoável de uso pessoal dos recursos que o planeta oferece - mas também devemos considerar o fato de o quanto o planeta poderá resistir a tantas e tamanhas pegadas. O pé gigantesco das nações industrializadas deixa pouco espaço para as necessidades sempre crescentes das nações em desenvolvimento.
Existem agora um número de diferentes variações do Questionário da Pegada Ecológica. Como uma ferramenta conceitual, o questionário pode ter efeitos profundos em como nós fazemos escolhas e direcionamos nossos estilos de vida em direção a uma taxa mais sustentável de consumo.

Teste a sua pegada ecológica aqui: http://www.myfootprint.org/

Conheça e participe: http://www.coolmeia.org/

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