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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Hospede inúmeras fotos no slide.com GRÁTIS!
Mutirão na área do GAISA , parcela de feijão de porco
( adubo verde ) , o capim colonião retirado foi usado
na compostagem, para uso em hortas.

O que não é Agroecologia

Em anos mais recentes, a referência constante à Agroecologia, que se constitui em mais uma expressão sócio-política do processo de ecologização ,tem sido bastante positiva, pois nos faz lembrar de estilos de agricultura menos agressivos ao meio ambiente, que promovem a inclusão social e proporcionam melhores condições econômicas aos agricultores. Nesse sentido, são comuns as interpretações que vinculam a Agroecologia com “uma vida mais saudável”; “uma produção agrícola dentro de uma lógica em que a natureza mostra o caminho”; “uma agricultura socialmente justa”; “o ato de trabalhar dentro do meio ambiente, preservando-o”; “o equilíbrio entre nutrientes, solo, planta, água e animais”; “o continuar tirando alimentos da terra sem esgotar os recursos naturais”; “um novo equilíbrio nas relações homem e natureza”; “uma agricultura sem destruição do meio ambiente”; “uma agricultura que não exclui ninguém”; entre outras . Assim, o uso do termo Agroecologia nos tem trazido a idéia e a expectativa de uma nova agricultura capaz de fazer bem ao homem e ao meio ambiente.
Entretanto, se mostra cada vez mais evidente uma profunda confusão no uso do termo Agroecologia, gerando interpretações conceituais que, em muitos casos, prejudicam o entendimento da Agroecologia como ciência que estabelece as bases para a construção de estilos de agriculturas sustentáveis e de estratégias de desenvolvimento rural sustentável. Não raro, tem-se confundido a Agroecologia com um modelo de agricultura, com a adoção de determinadas práticas ou tecnologias agrícolas e até com a oferta de produtos “limpos” ou ecológicos, em oposição àqueles característicos dos pacotes tecnológicos da Revolução Verde. Exemplificando, é cada vez mais comum ouvirmos frases equivocadas do tipo: “existe mercado para a Agroecologia”; “a Agroecologia produz tanto quanto a agricultura convencional”; “a Agroecologia é menos rentável que a agricultura convencional”; “a Agroecologia é um novo modelo tecnológico”. Em algumas situações, chega-se a ouvir que, “agora, a Agroecologia é uma política pública” ou “vamos fazer uma feira de Agroecologia”. Apesar da provável boa intenção do seu emprego, todas essas frases estão equivocadas, se entendermos a Agroecologia como um enfoque científico. Na verdade, essas interpretações expressam um enorme reducionismo do significado mais amplo do termo Agroecologia, mascarando sua potencialidade para apoiar processos de desenvolvimento rural sustentável
.

Francisco Roberto Caporal
José Antônio Costabeber

Brasília - 2004

domingo, 30 de agosto de 2009

Hospede inúmeras fotos no slide.com GRÁTIS!
Área do grupo antes do plantio de adubos verdes
visando a recuperação e melhor estruturação do
solo

Mutirão na área do GAISA , visando a transição para a produção agroecológica

Carta de apresentação da FEAB para os ingresantes 2009/2

FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil)

No Brasil há inúmeros cursos de agronomia, cada um com suas características específicas, qualidades, problemas, grade curricular, professores, técnicos, funcionários e estudantes. Mas os estudantes se organizam? Como isso funciona? A organização é nacional? Em um pequeno texto como esse não dá para responder detalhadamente essas perguntas. Mas há sim uma organização nacional dos estudantes de agronomia, a FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil).
A FEAB é uma organização estudantil política que pauta diversos assuntos a fim de estudar a sociedade. Ela surge através de uma demanda dos estudantes que viam a necessidade de debater o curso, assim se organizar e lutar por melhorias nas nossas universidades e nas nossas grades. Isso há mais de 50 anos, e ao longo do tempo foi se consolidando e hoje a federação funciona através de coordenações (nacional e oito regionais), núcleos de trabalho permanente (as NTP’s), comissão organizadora do congresso nacional (CO), entre outras comissões de diversos espaços que a FEAB promove. Hoje a FEAB possui oito bandeiras de luta, que são temas que a federação acredita que nós temos que estudar, debater, formar e construir, para transformar a sociedade em algo mais justo e igualitário, e que há uma carência desses temas nas nossas universidades. As bandeiras são: Formação Profissional; Ciência e Tecnologia; Universidade; Juventude, Cultura, Valores, Raça e Etnia; Agroecologia; Movimentos Sociais; Relações Internacionais; Gênero e Sexualidade.
Fica então o convite para conhecer e construir uma organização que é nossa. Participando dos nossos espaços: Congresso Nacional (que ocorre anualmente, e em julho 2010 será em Santa Maria-RS) Encontro Regional de Agroecologia (ERA, que terá em Botucatu-SP em 2010),Encontro Regional dos Estudantes de Agronomia(EREA), Encontro Estágios Interdisciplinar de Vivência em assentamentos rurais (EIV, promovidos anualmente e regionalmente, geralmente entre janeiro e fevereiro, são promovidos junto aos movimentos sociais do campo), Cursos, Seminários e as reuniões na nossa escola. Pois o mundo está sofrendo com o esgotamento dos recursos naturais e com uma imensa desigualdade social. Acreditamos que nós estudantes junto à outros movimentos organizados nacional e internacionalmente, possamos unidos reverter esse quadro, atuando com a nossa dedicação e conhecimento.
Tomás Augusto Alvarenga (Verme) – 7º semestre
FEAB – Ilha Solteira
“Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo,
com ele sofrendo a mesma luta,ou se dissociam do seu povo,
e nesse caso,serão aliados daqueles que exploram o povo.”
(Florestan Fernandes)

Breve histórico do grupo

O QUE É AGROECOLOGIA?

Os agroecossistemas abrangem comunidades de plantas e animais, bem como seus ambientes físicos e químicos, que foram modificados pelos humanos para produzir comida, fibras, combustíveis e outros produtos para seu consumo e para processamento. A agroecologia é o estudo holístico dos agroecossistemas, abrangendo todos os elementos humanos e ambientais. Enfoca a forma, a dinâmica e as funções do conjunto de inter-relações e de processos nos quais esses elementos estão envolvidos. Uma área usada para a produção agrícola, um campo plantado, por exemplo, são vistos como sistemas complexos nos quais também ocorrem processos ecológicos encontrados sob condições naturais tais como: reciclagem de nutrientes, interações predador/presa, competição, simbiose, neutralismo, comensalismo, protocooperação, amensalismo ou antagonismo e mudanças relacionadas a sucessão ecológica.No trabalho agroecológico adaptado, está implícita a idéia de que, pela compreensão das relações e processos ecológicos, os agroecossistemas podem ser manipulados de forma a melhorar a produção e a produzir de modo mais sustentável, com menos impactos ambientais e sociais negativos e com menor utilização de insumos externos (Altieri, 1987).Ao se planejarem sistemas agrícolas que imitam a natureza torna-se possível otimizar o uso da luz do sol, dos nutrientes do solo e da chuva.O conceito de agroecologia quer sistematizar todos os esforços em produzir uma proposta de agricultura abrangente, que seja socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável; um modelo que seja o embrião de um novo jeito de relacionamento com a natureza, onde se protege a vida toda e toda a vida. Nesta visão se estabelece uma ética ecológica que implica no abandono de uma moral utilitarista e individualista e que postula a aceitação do princípio do destino universal dos bens da criação e a promoção da justiça e da solidariedade como valores indispensáveis. A agroecologia representa uma forma de abordar a agricultura que incorpora cuidados especiais relativos ao ambiente aos problemas sociais e à sustentabilidade ecológica do sistema de produção, resgatando saberes populares e conciliando-os com saberes científicos , realizando uma interação de conhecimentos.Na agroecologia a agricultura é vista como um sistema vivo e complexo, inserida na natureza rica em diversidade, vários tipos de plantas, animais, microorganismos, minerais e infinitas formas de relação entre estes e outros habitantes do planeta Terra. Não podemos esquecer que a agroecologia engloba modernas ramificações e especializações, como: agricultura biodinâmica, agricultura ecológica, agricultura natural, agricultura orgânica, os sistemas agroflorestais, permacultura, etc .Breve histórico do grupo de agroecologia de Ilha Solteira -

GAISA -A idéia da criação do grupo surgiu em abril de 2008, da manifestação voluntária de alunos dos cursos de agronomia,zootecnia e biologia, descontentes com o aprendizado conservador e tradicional praticado na universidade, estes se reuniram e buscaram o apoio de professores da área de sociologia, extensão rural e pesquisa, que também viam a importância da agroecologia no meio acadêmico.Na organização são realizadas reuniões e debates acerca da agroecologia, mutirões periódicos numa área destinada ao grupo, onde são realizados trabalhos experimentais visando a aplicação e implantação da agroecologia na prática.

Ismael Soares Filho ( talonje ) - quinto ano de agronomia - UNESP/FEIS