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sexta-feira, 4 de março de 2011

Técnicas Permaculturais


Bioconstrução é o termo utilizado para se referir a construções onde a preocupação ecológica está presente desde sua concepção até sua ocupação. Já na concepção, as bioconstruções valem-se de materiais que não agridam o ambiente de entorno, pelo contrário: se possível, reciclam materiais locais, aproveitando resíduos e minimizando o uso de matéria - prima do ambiente. Todo projeto foca no máximo aproveitamento dos recursos disponíveis com o mínimo de impacto.
O tratamento e reaproveitamento de resíduos, coleta de águas pluviais, uso de fontes de energias renováveis e não-poluentes, aproveitamento máximo da iluminação natural em detrimento da artificial, são exemplos de preocupações na concepção desses projetos. A residência nas bioconstruções também segue a filosofia de responsabilidade ambiental dos seus ocupantes.

construção em superadobe



Vale ressaltar, que sempre deve-se ficar atento aos recursos que se tem no local, em seu terreno, em seu lote, sítio, etc. A busca dos materiais (terra de barranco, materiais de caçambas, entulho..), em tudo deve-se ter a visão permacultural, fazendo do seu próprio meio, ter os recursos necessários para se fazer a obra (casa, bancos, paredes, muros).
Lembre-se : um problema sempre vira uma solução.
Canteiros com bambu e composto orgânico do local


Movimento e Ações com Agroecologia

O município de Moreilândia, no sertão pernambucano, recebe no sábado (5) a I Exposição de Agroecologia da Serra Mata Grande. O evento é realizado pela Associação de Moradores de Serra Mata Grande, Mosquito e Tataíra e conta com apoio do Sebrae.








 






A programação traz palestras com temas relacionados à apicultura e energia eólica, além de levar aos produtores rurais e interessados as últimas novidades sobre o mundo do agronegócios* (*contradiz a proposta, não?!?*)
Na ocasião, a Unidade de Negócios Sebrae Sertão do Araripe vai apresentar as ações que serão realizadas na região. Haverá ainda mostra de fotografias da associação e do artesanato apícola produzido na comunidade.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas diretamente no local, com apresentação do CPF.


*opinião GAISA*

fonte : Agência Sebrae de Notícias









terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Transgênicos e a era Lula


 
Quando Lula foi eleito, tivemos a esperança que foi escolhido um presidente que atuaria  em benefício dos brasileiros. Mas o dia mesmo de assumir o poder, ele libertou os transgênicos.

Até então o Brasil era a última potência agrícola livre de transgênicos, com o mercado mundial aos seus pés.  O consumidor não quer produtos transgênicos! Com a sua assinatura, Lula prejudicou o Brasil, estragando esta oportunidade brilhante de mercado e abrindo as portas para algumas das transnacionais mais nefastas do planeta.

Como ele foi capaz duma traição histórica de tamanha proporção?  Existem várias possibilidades:

  • Ele não fez sua lição de casa, acreditando as mentiras ( comprovadas) desta indústria, que os transgênicos são de alguma forma benéfica para alguém que não seja somente a própria indústria;
  • Ele queria quebrar o galho dos agricultores gaúchos que  já estavam plantando os transgênicos clandestinamente;
  • Ele recebeu altas somas desta indústria para sua campanha eleitoral;
  • Ou ( mais provável) todos juntos.
Ele pode ter acreditado que “ os transgênicos estão sendo usados nos Estados Unidos há décadas sem problemas”. Já que são liberados pelo governo de lá,  portanto devem ser seguros.

Tragicamente, o contrário é o caso.  A pessoa do governo responsável para a libertação dos transgênicos nos Estados Unidos passou a ser vice-presidente do Monsanto ( uma das indústrias que promovem transgênicos) poucos anos depois. Mesmo naquela época  , os cientistas do departamento responsável deram parecer contra a liberação tão precoz de um material tão pouco estudado.


Hoje, a industria argumenta que não se pode provar que os transgênicos prejudicam a saúde. É verdade que isto é difícil, visto a complexidade de fatores em jogo.

Mas é também verdade que nos Estados Unidos está havendo verdadeiras epidemias de:
  • Colapso do sistema imunológico ( alergias, Aids, e outras doenças )
  • Problemas no sistema metabólico ( obesidade, anexoria, distúrbios gastrintestinais)
  • Problemas no sistema hormonal ( esterilidade, efeminização dos meninos)
  • Câncer ( estimado 30% da população!)
Em laboratório, testes em animais mostram que transgênicos provocam:
  • Deficiências de crescimento
  • Sistemas imunológicos avariados;
  • Sangramento do estômago;
  • Crescimento abnormal e potencialmente canceroso nas células dos intestinos;
  • Prejuízo ao desenvolvimento das células sanguíneas;
  • Células do fígado, pâncreas, e testículos deformadas;
  • Expressão genética e metabolismo celular alteradas;
  • Lesões do fígado e do rim;
  • Fígados parcialmente atrofiados;
  • Inflamação dos rins;
  • Redução no desenvolvimento do cérebro e dos testículos;
  • Fígado, pâncreas, e intestinos aumentados;
  • Redução nas enzimas de digestão;
  • Elevação do açúcar no sangue;
  • Inflamação do tecido do pulmão;
  • Aumento na taxa de mortalidade;
  • E taxa de mortalidade infantil aumentada.
Hoje estima-se que 56% do soja produzido no Brasil é transgênico. Esta soja foi geneticamente modificada para tolerar doses maiores de herbicidas!   Claro que a firma que produz esta soja é a mesma que vende a herbicida... É bom negócio . Para o agricultor é péssimo negócio, já que as terras ficam cada vez mais envenenadas. É o produto fica pior de qualidade.

Que eu saiba só tem uma marca de óleo de soja não-transgênica, que é a “Sinhá” produzido no Paraná, estado livre de transgênicos. Além disso é uma firma brasileira e não norte-americana, fazendo com que o nosso dinheiro gasto neste produto vai ficar no Brasil.



Se o consumidor brasileiro decidir não consumir produtos transgênicos, os agricultores e o comércio vão ser obrigados a se ajustar ( e a recuperar as suas terras degradadas!) É relativamente fácil de se desfazer da soja transgênica, já que se auto-fecunda e não contamina facilmente plantações não-transgênicas.

O milho é outro história, já que se fecunda pelo vento, que pode levar o pólen até dois quilômetros de distância. Muitos dos milhos nativos no México já foram contaminados pelo pólen transgênico.

Ironicamente, o Monsanto já chegou ao cúmulo de processar um produtor no Canadá, Percy Schmeiser,  cuja canola foi contaminada, por “uso do material genético sem pagar os royalties”.  Monsanto ganhou em primeira instância, mas Schmeiser resolveu enfrentar o gigante e a briga continua até hoje.

Esta informação foi tirada da documentação do livro “Genetic Roulette: The Documented Health Risks of Genetically Engineerd Foods” de Jeffrey M. Smith, YES! Books, Fairfield Iowa..

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Considerações sobre a extensão rural no Brasil

O modelo produtivo agropecuário adotado no Brasil a partir da década de 1960 foi implantado graças a uma ação conjunta e organizada pelo tripé: ensino, pesquisa e extensão. Isto é, universidades, órgãos de pesquisa e de extensão rural foram os responsáveis pela introdução dos pacotes tecnológicos voltados para a utilização intensiva de insumos e máquinas, com o objetivo do aumento da produtividade.
A extensão rural no Brasil nasceu sob o comando do capital, com forte influência norte-americana e visava superar o atraso na agricultura. Para tanto, havia a necessidade de “educar” o povo rural, para que ele passasse a adquirir equipamentos e insumos industrializados necessários à modernização de sua atividade agropecuária, com isso ele passaria do atraso para a “modernidade”. O modelo serviria para que o homem rural entrasse na dinâmica da sociedade de mercado, produzindo mais, com melhor qualidade e maior rendimento.

Um modelo “tecnicista”, isto é, com estratégias de desenvolvimento e intervenção que levam em conta apenas os aspectos técnicos da produção, sem observar as questões culturais, sociais ou ambientais. Com raízes “difusionistas”, pois visa apenas divulgar, impor ou estender um conceito, sem levar em conta as experiências e os objetivos das pessoas atendidas.

Atende necessidades sociais..??




Fases da extensão rural no Brasil

A primeira fase, chamada “humanismo assistencialista”, prevaleceu desde 1948 até o início da década de 1960, nela os objetivos do extensionista eram o de aumentar a produtividade agrícola e, conseqüentemente, melhorar o bem estar das famílias rurais com aumento da renda e diminuição da mão-de-obra necessária para produzir. Em geral, as equipes locais eram formadas por um extensionista da área agrícola e um da área de Economia Doméstica.
Apesar de levar em conta os aspectos humanos, os métodos dos extensionistas nessa época também eram marcados por ações paternalistas. Isto é, não “problematizavam” com os agricultores, apenas procuravam induzir mudanças de comportamento por meio de metodologias preestabelecidas, as quais não favoreciam o florescimento da consciência crítica nos indivíduos, atendendo apenas as suas necessidades imediatas.
A segunda fase, que orientou as ações dos extensionistas no período de abundância de crédito agrícola subsidiado (1964 a 1980), era chamada de “difusionismo produtivista”, baseando-se na aquisição por parte dos produtores, de um pacote tecnológico modernizante, com uso intensivo de capital (máquinas e insumos industrializados). A extensão rural servia como instrumento para a introdução do homem do campo na dinâmica da economia de mercado. A Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) visava o aumento da produtividade e à mudança da mentalidade dos produtores, do “tradicional” para o “moderno”.

A extensão era um empreendimento que visava persuadir os produtores, para que esses adotassem as novas tecnologias. Seus conhecimentos empíricos não interessavam, bem como suas reais necessidades não eram levadas em conta. A extensão assumiu um caráter tutorial e paternalista.


Ao alcance de todos????


 
Foi durante esse período que surgiu a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER) e houve grande expansão do serviço de extensão rural no país. Para se ter uma idéia, em 1960 apenas 10% dos municípios no Brasil contavam com esse serviço e em 1980 a extensão rural chegou a 77,7%. Entretanto, como o papel dos extensionistas era condicionado pela existência do crédito agrícola, os pequenos agricultores familiares que não tiveram acesso ao crédito também ficaram à margem do serviço de extensão rural.

Do início dos anos 1980 até os dias atuais, devido principalmente ao término do crédito agrícola subsidiado, iniciou-se no país uma nova proposta de extensão rural, que preconizava a construção de uma “consciência crítica” nos extensionistas. O “planejamento participativo” era um instrumento de ligação entre os assessores e os produtores, com bases na pedagogia da libertação desenvolvida por Paulo Freire. Essa fase foi chamada de “humanismo crítico”.


Metodologias participativas !
Seus defensores afirmam que as metodologias de intervenção rural devem pautar-se por princípios participativos, que levem em conta os aspectos culturais do público alvo. A grande diferença de orientação entre as metodologias de extensão na era do “difusionismo produtivista” e da era do “humanismo crítico” é a questão da participação ativa dos agricultores.

Porém, apesar de haver uma orientação para seguir princípios participativos, a maioria das empresas de ATER continua com a mesma orientação básica: “incluir” o pequeno agricultor familiar na lógica do mercado, torná-lo cada vez mais dependente dos insumos industrializados, subordinando-o ao capital industrial.
O desafio dos órgãos de pesquisa, universidades e movimentos sociais é o de criar estratégias para colocar em prática metodologias participativas de ATER, que incluam os agricultores familiares desde a concepção até a aplicação das tecnologias, transformando-os em agentes no processo, valorizando seus conhecimentos e respeitando seus anseios.



Diversificação agrícola.......
 Instituições que geram atividades de pesquisa e transferência de tecnologia utilizando metodologias dialógicas, que valorizam a experiência e respeitam os objetivos do produtor rural, promovendo a soma de conhecimentos pesquisador-agricultor, estimulam o trabalho em grupo e o associativismo para, dessa forma, potencializar o processo participativo.

Fonte : Frederico Olivieri Lisita
Pesquisador - EMBRAPA/CPAP





sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Transnacionais  avançam sobre Moçambique

Os megaprojetos de mineração de Moma e Moatize, no norte e centro de Moçambique, foram implantados com muitos erros, absolutamente evitáveis. O governo moçambicano mostrou falta de transparência e, inclusive, não levou a cabo um diálogo com as mineradoras e com as comunidades afetadas.
Por outro lado, as mineradoras não estão cumprindo com o acordado nos contratos com o governo e as promessas feitas às comunidades afetadas.

Os megaprojetos em questão dedicam-se à exploração de areias pesadas, desenvolvida pela multinacional irlandesa Kenmare – em Moma, província de Nampula, norte de Moçambique – e a extração de carvão mineral, desenvolvida pela brasileira Vale do Rio Doce e pela australiana Riversdale Mining – em Moatize, província de Tete, centro de Moçambique.
Os recursos da extração destes minerais são, na sua totalidade, para a exportação.

Quem representa as comunidades
A empresa Kenmare (que explora areias pesadas em Moma) criou a chamada “Kenmare Moma Associação de Desenvolvimento” KMAD, financiada majoritariamente pela própria empresa, para cuidar do relacionamento entre a empresa e as pessoas que vivem dentro do raio de dez quilômetros do lugar onde foi instalada a mineradora.
Esta associação que desempenha a função de “defensora dos interesses da Comunidade”, diz estar investindo, anualmente, entre 350 e 400 mil dólares para o desenvolvimento de diversos projetos. No entanto, o Secretário Permanente do Distrito de Moma, citado no relatório, afirma que “é uma grande mentira, porque investimentos sociais dessa dimensão nunca passariam despercebidos num distrito muito pobre como este nosso [Moma] (…), se fosse verdade este distrito já estaria com outro visual, mas nada se vê (...)”.
A KMAD diz desenvolver projetos de produção de ovos, frangos e hortaliças, mas o comprador principal é a própria Kenmare, que os oferece aos seus trabalhadores.

Dividir para reinar
Este é o termo utilizado no relatório para se referir aos reassentamentos realizados pela empresa Vale. De novembro de 2009 a abril de 2010, a Vale “arrancou” cerca de 760 famílias camponesas das suas comunidades para dar lugar a aberturas das minas de carvão.
A empresa dividiu as famílias entre rurais e semiurbanas, usando critérios diferenciados para os reassentamentos das mesmas. As famílias consideradas rurais foram reassentadas há cerca de 40 quilômetros da sua comunidade de origem, em Cateme, e as consideradas semiurbanas foram colocadas nas proximidades da vila de Moatize no bairro 25 de Setembro.


Exploração dos recursos nacionais: quem são os verdadeiros beneficiários?
De acordo com o relatório, consta que a Vale pagou pela concessão de Moatize cerca de 120 milhões de dólares, mas, estranhamente, essa verba nunca foi inscrita no Orçamento do Estado Moçambicano. A exploração do carvão de Moatize será efetuada através de mineração a céu aberto, com uma capacidade de cerca de 26 milhões de toneladas de carvão bruto por ano, como referido anteriormente, para exportação.
Tanto em Moma como em Moatize as comunidades afetadas são sempre tratadas como meros objetos dos reassentamentos e que devem, por isso, obedecer aos padrões que as empresas ditam. Os que tentam opor-se ou questionar os termos e mecanismos de compensação são acusados de estar contra o desenvolvimento. Verifica-se, portanto, “a imposição de destinos de reassentamento, falta de diálogo, negociações precárias sobre as compensações, promessas avulsas e descontínuas que nunca se cumprem”, cita o relatório.
Sociedade Civil
Representantes da sociedade civil têm se reunido em diversos espaços, especificamente, seminários e reuniões para debater o caso das famílias atingidas pelas mineradoras, tanto no que se refere às questões do reassentamento, quanto às de precarização do trabalho.
Rui Caetano, da Associação de Apoio e Assistência Jurídica às Comunidades, critica a forma como a Vale está tratando o povo moçambicano. Pare este ativista, o que a Vale está fazendo em Moçambique “é um crime hediondo e uma vergonha para um Estado de direito”.

Autoridades locais impotentes
As autoridades governamentais locais sentem-se impotentes para agir contra as multinacionais porque sabem que as empresas estão ligadas a altos dirigentes do país, em nível central. Por exemplo, cita o documento, “as relações da Vale junto das autoridades moçambicanas são fortes, sendo que Roger Agnelli, o presidente-executivo da empresa, é assessor do Chefe de Estado, Armando Guebuza, para questões de âmbito internacional”. Este fato torna os governantes de nível inferior incapazes de agir por medo de ferir interesses dos chefes de Maputo.
O relatório conclui afirmando que a indústria mineradora constitui uma forma específica e concreta de acumulação capitalista primitiva em Moçambique, sendo levada a cabo sem exigência de preservação ambiental e respectiva fiscalização pelo Estado Moçambicano.
fonte : brasildefato.com.br

sábado, 30 de outubro de 2010

Limite da propriedade da terra

Camaradas, eis o resultado do plebiscito popular pelo limite da propriedade da terra. A luta não terminou!


Cerca de meio milhão de brasileiros e brasileiras dizem SIM ao limite da propriedade de terra
O Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo entregou hoje à sociedade brasileira o resultado do Plebiscito Popular sobre o Limite da Propriedade, realizado de 1º a 12 de setembro
Participaram deste plebiscito 519.623 pessoas, em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal. 









 Só não participaram do mesmo, Santa Catarina, Amapá e Acre que optaram por fazer o abaixo-assinado, somente. Eram admitidas à votação pessoas acima de 16 anos, portanto em condições de votar.
Duas foram as perguntas formuladas às quais se devia responder sim ou não.
A primeira: Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil, devem ter um limite máximo de tamanho?
A segunda: Você concorda que o limite das grandes propriedades de terra no Brasil possibilita aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade?
95,52% (495.424) responderam afirmativamente à primeira pergunta, 3,52% (18.223), negativamente, 0,63% foram votos em branco e 0,34%, votos nulos.
Em relação à segunda pergunta os que responderam sim foram 94,39% (489.666), 4,27% (22.158) responderam não, 0,89 % foram votos em branco e 0,45%, votos nulos.
Considerando as dificuldades enfrentadas tanto na produção, quanto na distribuição de um mínimo de material, pela falta de recursos e de pessoal disponível; considerando que o Fórum e outras entidades envolvidas não tiveram acesso a qualquer veículo de comunicação de massas; considerando o momento, quando as atenções estão voltadas e os militantes envolvidos nas campanhas eleitorais, pode-se saudar o resultado como muito positivo.

Mais de meio milhão de pessoas se posicionou afirmativamente em relação à necessidade e à conveniência de se colocar um limite à propriedade da terra. Este é um indicador expressivo de que a sociedade brasileira vê a proposta como adequada. É uma amostragem do que pensa boa parcela do povo brasileiro. As pesquisas de opinião ouvem duas ou três mil pessoas e seus dados são apresentados como a expressão da vontade da sociedade!
Mas o que se pode ressaltar como o mais positivo, e que os números não expressam, é todo o trabalho de conscientização que se realizou em torno do plebiscito. Foi desenvolvida uma pedagogia que incluiu reflexão, debates, organização de comitês, divulgação e outros instrumentos sobre um tema considerado tabu, como é o da propriedade privada.
Em quase todos os estados foram realizados debates em universidades, escolas, igrejas e outros espaços em que se pôde colocar a realidade agrária em toda sua crueza. Para muitos, cujo contato com o campo é praticamente nulo, estes debates abriram um horizonte novo no conhecimento da realidade brasileira. Também se pode saudar como fruto precioso deste processo, os inúmeros trabalhos e textos produzidos pela academia sobre o arcabouço jurídico que se formou em torno à propriedade da terra e sobre aspectos históricos, sociológicos e geográficos da concentração fundiária no Brasil. Não fosse a proposta do plebiscito esta reflexão não teria vindo à tona com a força com que veio.
Este ensaio está também a indicar que um Plebiscito Oficial deveria ser proposto para que todos os cidadãos e cidadãs pudessem se manifestar diante de um tema de tamanha importância para o resgate da cidadania de milhões de brasileiros e brasileiras que lutam, muitas vezes sem sucesso, buscando um pedaço de chão onde viver e de onde retirar o sustento. O Fórum vai continuar firme na luta para que seja colocado um limite à propriedade da terra.
A população brasileira também foi convidada a participar de um abaixo-assinado que continua circulando em todo país até o final deste ano. O objetivo desta coleta de assinaturas é entrar com um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional para que seja inserido um novo inciso no artigo 186 da Constituição Federal que se refere ao cumprimento da função social da propriedade rural.




















Já o plebiscito popular, além de consultar a população sobre a necessidade de se estabelecer um limite máximo à propriedade da terra, teve a tarefa de ser, fundamentalmente, um importante processo pedagógico de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária do nosso país e de debater sobre qual projeto defendemos para o povo brasileiro. Além disso, o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade de Terra veio como um instrumento para pautar a sociedade brasileira sobre a importância e a urgência de se realizar uma Reforma Agrária justa em nosso país.
A proposta da Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade de Terra visa pressionar o Congresso Nacional para que seja incluído na Constituição Federal um novo inciso que limite o tamanho da terra em até 35 módulos fiscais - medida sugerida pela campanha do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA).
Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial das Pastorais Sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

fonte : FEAB ( Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil)